Você levou a poesia da sua
indecência
E eu
despenquei a beira-mar
Busquei
gestos, palavras outras que formam sorrisos
Você suspendeu
a tua profana paixão, como num recesso
E eu saí
à procura de arco-íris e bem-te-vis
Mas
volta e meia você não está longe e vem,
Com
estes lábios de desejo
Que
ainda são meus.
De leve,
ando na ponta dos pés,
Porque
assim a dança dura mais tempo
Num todo belo e tocável
E cambaleantes ficam os rostos,
os ossos todos se contorcendo,
E os sorrisos e as flores vão se
abrindo
Faço um trato com o destino:
Não te quero
mais do que a mim me queres, nem menos.
E quero
sim, sempre, enquanto houver o agora.