terça-feira, 17 de agosto de 2010

ela tem a minha idade

A letra abaixo é uma música que eu adoro, é de uma cantora que tem estado em crescente evidência no cenário da mpb, o lirismo não enjoativo nas composições de Maria Gadú e a sua voz doce, mas não melosa revelam que ainda há um lugar reservado para a MPB no Brasil, a profundidade de suas composições é sofisticada e alivia os ouvidos de quem não suporta ouvir músicas de refrão. Mas não se contente eu ouvir Shimbalaiê, (que é boa!) mas não se compara a "Altar Particular" nem "Dona Cilá", mais um elogio: até a Baba Baby da - blah! Kelly Key ficou menos  - blah! com a interpretação da moça, e em "Ne Me Quitte Pas" de Jacques Brel a interpreção merece um aplauso.  (observações de uma leiga)

 

Encontro

Composição: Maria Gadú

Sai de si
Vem curar teu mal
Te transbordo em som
Poe juizo em mim
Teu olhar me tirou daqui
Ampliou meu ser
Quero um pouco mais
Não tudo
Pra gente não perder a graça no escuro
No fundo
Pode ser até pouquinho
Sendo só pra mim sim
Olhe só
Como a noite cresce em glória
E a distância traz
Nosso amanhecer
Deixa estar que o que for pra ser vigora
Eu sou tão feliz
Vamos dividir
Os sonhos
Que podem transformar o rumo da história
Vem logo
Que o tempo voa como eu
Quando penso em você

sábado, 7 de agosto de 2010

retrocesso ambiental

matéria retirada do blog do greenpeace 

Notícia - 8 jun 2010

Aldo Rebelo apresenta seu relatório de mudanças no Código Florestal. Seu texto anistia desmatadores, legitima a devastação e abre espaço para novos desmatamentos.
O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) finalmente apresentou seu relatório na Comissão Especial criada pela Câmara dos Deputados para consolidar as propostas de alteração do Código Florestal. A bancada da motosserra à qual Aldo se ligou umbilicalmente nos últimos meses, está, obviamente, exultante. O relator fez um serviço ainda melhor do que eles esperavam.
Na prática, o relatório de Aldo propõe reverter 76 anos de evolução de nossa legislação ambiental. É, portanto, um retrocesso. Legitima o corte indiscriminado do passado recente e abre brechas para novos desmatamentos. Sugere também que desenvolvimento só se faz com destruição da natureza e passa o custo integral da conservação para o contribuinte brasileiro. “O deputado está propondo a socialização dos custos da devastação e a privatização dos lucros imediatos que ela gera”, diz Paulo Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace.
Aldo propõe o fim da função social da propriedade rural no Brasil. Seu texto revoga um artigo que estava na versão original do código, de 1934, e que foi mantido na revisão feita em 1965. Ele tratava as florestas como bens públicos. Pelo que Aldo escreveu, se o contribuinte não estiver disposto a pagar pela conservação ambiental, o fazendeiro pode fazer o que bem lhe der na telha nas terras que ocupa. Foi este tipo de mentalidade, por exemplo, que transformou uma das áreas mais férteis do país, o Vale do Paraíba, entre Rio e São Paulo, numa terra imprestável para a atividade agrícola.
O texto de Aldo também agracia com o benefício da anistia quem, pela legislação em vigor, cometeu crime ambiental. Qualquer desmatamento feito até 22 de julho de 2008 – não importando o tamanho da propriedade – estaria, pela proposta do ex-comunista que virou ruralista, automaticamente perdoado. A Reserva Legal, o pedaço de qualquer fazenda que precisa permanecer destinado à mata nativa, também foi trucidada pelo deputado.
Na Amazônia, ele sugere acabar com ela para propriedades com até 600 hectares. Isso já tinha sido previsto pela própria área ambiental do governo em negociações com representantes da agricultura familiar. Mas Aldo aproveitou a deixa e meteu o pé na porta. Nas outras regiões, fazendas com tamanho de até 4 módulos rurais também estão dispensadas de ter a Reserva Legal. Para as propriedades maiores, Aldo manteve a obrigação nos percentuais atuais – 80% para a Amazônia, 35% para o Cerrado e 20% nos demais biomas – mas deu aos estados e municípios a possibilidade de reduzirem esta demanda pela metade
“Aldo no fundo abriu a brecha para se acabar com a Reserva Legal, porque qualquer fazendeiro com mais de 600 hectares de terra na Amazônia poderá fracionar sua propriedade para fugir da obrigação”, aponta Sergio Leitão, diretor de Campanhas do Greenpeace.  Ele sugere também que, para fins de recuperação de uma reserva legal, o fazendeiro pode usar espécies exóticas. Isso, de certo modo, já é uma afronta ao conceito, criado justamente para proteger matas nativas.
Mas do jeito que está escrito, sem especificação de que as espécies usadas na recuperação precisam ser arbóreas, Aldo abre a possibilidade de que um fazendeiro utilize grama ou soja para recuperar sua reserva legal. No caso das áreas de preservação permanente (APP’s), Aldo, além de reduzir a necessidade de manutenção de matas ciliares em alguns rios para 15 metros, dá aos estados o poder de diminuí-las à metade do que exige a legislação federal. Isso inverte uma regra básica da legislação ambiental brasileira, que determina que o que vale é a maior área de proteção.
No artigo 12 de seu texto, Aldo ‘flexibiliza’ a derrubada em encostas entre 25 e 45 graus. Basta uma recomendação do órgão de agricultura estadual para que ela ocorra. E no capítulo X, que trata de incêndios em áreas florestais e rurais, Aldo propõe simplesmente o seu fim. Cuida, no entanto, de deixar uma porta escancarada para a continuidade das queimadas, dizendo que consideradas peculiaridades (não especifica quais) regionais, os estados podem autorizar a queima de campos e florestas.

Em resumo, usando Marx e Engels para defender práticas capitalistas retrógradas no campo, invocando a bíblia para dizer que a natureza deve se submeter à vontade dos homens e posando de nacionalista para assegurar os interesses do agronegócio exportador de commodities, Aldo Rebelo conseguiu o milagre de produzir uma proposta que põe o Brasil no rumo do atraso e da devastação. Na leitura de seu relatório, ele agradeceu aliás a três eméritos ruralistas no Congresso, Moacir Micheletto, Homero Pereira e Anselmo de Jesus.
Não há de quê, deputado. Quem agradece é a turma da motosserra. Ela não poderia ter sido melhor servida.
leia mais em http://www.greenpeace.org/brasil/Blog/

comentários sobre uma relação paradoxal: Carlos Minc e o meio ambiente


EmPACando a política ambiental

Atualmente, a política pública ambiental brasileira tem seguido uma trajetória linear de encontro ao financiamento privado e a convergências ideológicas.
O que deveria ser o maior representante dos ambientalistas, o ministro do Meio Ambiente, na figura de Carlos Minc parece ter impulsionado a roda das negociações de financiamento dos licenciamentos ambientais pelo setor privado, principalmente o industrial, reforçando na prática a idéia de que progresso se opõe a conservação ambiental. A conivência com a instalação aprovada pelo presidente da república da hidroelétrica no rio Madeira, (com a não aprovação do IBAMA) e a promoção do convênio da Secretaria do Meio Ambiente do RJ com a Firjan, não sendo até então ministro, são exemplos desse impulso.
O que se questiona é a real neutralidade dessas negociações, que mais parecem contemplar o crescimento econômico – que inúmeras vezes deixa dúvidas em relação a sua “não oposição” a preservação ambiental – do que valorar o patrimônio naturalmente encontrado nos diversos biomas e inúmeros conhecimentos tradicionais associados a eles, construídos durante séculos pelas comunidades locais.
Em contrapartida, a burocratização do processo de licenciamento atrelado a uma crescente proliferação de órgãos na área não vem como uma melhor avaliação dos casos ambientais, mas sim como ineficiência do setor, já que não está atrelado a contratações de pessoal especializado, com reajuste salarial e aumento da participação nos orçamentos estaduais.
É mais do que urgente a necessidade de entender o dinamismo da expressão ambiental, excluir a visão de algo estático, afastado do cotidiano, com endereço marcado. A questão só será levada realmente a sério, quando for compreendido que o homem e tudo o que ele constrói, cria, cultiva e interage fazem parte do mesmo sistema. Compreendendo também que grande parte dos problemas ambientais são sociais, e que essa dissociação é proposital.
É necessária uma política unívoca, coerente, que não se contradiga ideologicamente e que, na prática, não se limite aos gabinetes e às entrevistas coletivas à imprensa.

- Denise, Jenifer e Mônica (2009)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

transpirações na vida


“Eu corro, eu berro
Nem dopante me dopa
A vida me endoida” - Cazuza e Frejat
Mas que momentos são esses rememoráveis sem o véu da divertida insensatez?
Um bom papo com os amigos, pode com um vinho ou não rolar. Mas será quantificada a alegria que alguém tomou? Ou será que não foi adição de mais ilusão ao tentar preencher seus vazios no copo?
Trago exclamações embaçadas de alcatrão.
Agora compreendo a expressão “viver a vida”. A plenitude não está nas coisas exteriores, mas sim naquelas que podem ser tomadas interiormente. São os goles do enriquecimento pessoal, mas não aquele popular, adornado de douradas correntes, cheias de títulos, é algo que pesa, porque é difícil de ser encarado e escancarado na comissão de frente.
Para viver a vida plenamente, sem marcar data para momentos especiais, quero rememorar.
Quero as gargalhadas numa fila de banco. Quero os filmes contados no caminho de casa. As cenas ensaiadas na calçada. Os convites para um DVD. Uma conversa de esquina. Uma Lua e um céu cheio de estrelas para se admirar.
Sábado à noite tudo pode rolar. Que role então aquela conversa com os amigos e que assistam o programa de humor que nunca dá tempo. Que dividam-se colchões e usem meias coloridas e percam a hora de acordar. E que corram atrás do ônibus, que se percam no centro da cidade e tenham os cabelos presos sem pentear.
Sentir-se seguro no que é ridículo, abandonar as capas de super-homem e spice-girl e revestir-se de si mesmo. A armadura pesa e é o preço a se pagar. Armar-se de suas inocências, próprias opiniões e virtudes; contra a hipocrisia, a opressão e a falsa concepção de “viver a vida”, pois criar para si um mundo encantado é viver num castelo de cristal. (14/06/08)

o socialista coerente

O dia 26 de julho deste ano marca a chegada de Plínio Arruda Sampaio aos 80 anos de idade. Em 2010, Plínio também completa 60 de vida pública internacionalmente reconhecida pela coerência socialista. Promotor público aposentado e mestre em desenvolvimento econômico internacional pela Universidade de Cornell (EUA), Plínio já foi deputado federal por três vezes - uma delas na Constituinte de 1988 -, sub-chefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo (1959-1961), secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura da capital paulista (1961). Por sua firme atuação em defesa de uma verdadeira reforma agrária e dos direitos dos trabalhadores, Plínio foi um dos cem primeiros políticos cassados pelos militares e viveu doze anos no exílio. Entre 1965 e 1975 exerceu o cargo de diretor de Programas de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), coordenando projetos de reforma agrária em toda a América Latina e na maioria das nações caribenhas. Fundador do Partido dos Trabalhadores, foi o autor do primeiro estatuto do PT, que assegurava à militância o poder de decisão sobre os rumos da agremiação. Candidato ao Governo do Estado de São Paulo em 1990 e em 2006, Plínio tem sua trajetória de vida e militância estreitamente vinculada à esquerda católica e à defesa do direito à terra para os trabalhadores. Em 2005, deixou o PT por não concordar com os rumos tomados pela sigla e ingressou no Partido Socialismo e Liberdade. Atualmente é presidente licenciado da Associação Brasileira de Reforma Agrária e diretor do portal de notícias Correio da Cidadania. Relembre ou conheça abaixo a história de Plínio Arruda Sampaio e seu papel em momentos decisivos da luta para construção de uma verdadeira superação das tragédias históricas brasileiras - a segregação social e a dependência externa que amarram o desenvolvimento de nosso país - e em defesa do socialismo democrático. 

Fonte: http://www.plinio50.com.br/presidente-psol-plinio-de-arruda-sampaio.html

para começar


Senso Comum

“Não quero lhe falar, meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo”(
Belchior)

Não quero escrever mais um capítulo da minha vida se ninguém vai ler o meu nome “Denise”, mas sim o nome  “amiga”, “conhecida”, “mulher”, “estudante”, “sobrinha”, “trabalhadora” ou “filha”. Não que esses nomes não me definam, nem definam a vida que eu tenho ou quero ter. Mas esses nomes generalizam, padronizam, criam uma imagem muito distante daquilo que somos, acreditamos e queremos ser.
Um tanto cruel é a sociedade que estigmatiza homem e mulher, malvada e boazinha, feia ou bonita. Essa relação binária aprisiona o ser, a personalidade, e coloca em oposição significados e atitudes que nem sempre (e em sua maioria não conseguem) se opor, como se a princesa do castelo sempre fosse a filha obediente e boazinha, como se a filha boazinha nunca fosse uma mulher, como se a mulher sempre fosse submissa, como se a submissa fosse sempre aceitar as ordens do seu marido, como se o marido fosse sempre o chefe do lar, como se o lar fosse sempre o nosso porto-seguro, como se o porto-seguro fosse sempre o melhor lugar para ficar, como se ficar fosse sempre o melhor a fazer... e o contrário também!
Agora me pergunto: será que a filha boazinha não era dissimulada? Será que ela não errava e acertava, e tinha certezas e desilusões no mesmo dia? Para saber quem era a princesa do castelo temos que olhar de perto... mais perto ainda!     
Saber seu nome, o porquê dela não gostar do seu cabelo liso e comprido, quais livros ela mais gosta, qual dia da semana ela prefere, por que sonha tanto em ser pedagoga e por que tem uma cisma esquisita. Sem saber o porquê dela gostar mais do Quintana do que do Lins do Rego, nós só iremos reconhecê-la como a princesa “x” ou a filha educada, vamos organizar nossa tabela de “respeitáveis” e “não-respeitáveis”, ou algum outro encaixe.  Mas isso terá um custo: a indiferença. A indiferença nos faz perder amor, carinho, respeito, amizade, confiança, cumplicidade, o prazer de poder ajudar alguém e a liberdade de poder ser também você mesmo: Isabel, Ricardo, Lúcia... e ninguém te julgar por isso!

Eu sou a Denise, se quiser me conhecer, será um prazer!
(02/03/10) 

por muito tempo adiada

a criação de um blog, finalmente tive a coragem de expôr meus dilemas, poemas e lutas (internas).
Espero que o que me alimenta possa transparecer nas linhas desse espaço, daqui por diante.