quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O dia em que eu quis a PM

Depois de uma seção revigorante de lama verde no rosto, estava eu já deitada em minha cama, prestes a cair nos braços de Morfeu, quando começo a ouvir o som de alguém tentando abrir a fechadura de uma porta. Como tudo é silêncio à 1h da madrugada, cri que o ruido não era tão alarmante. Porém, alguns instantes mais tarde, o som eleva-se sobremaneira e resolvo ceder a minha curiosidade. Abrindo a porta de meu quarto, percebo que a fechadura que seria aberta era a de minha residência (!) e deparo-me com a lembrança de que só moro com mais uma pessoa e que dei boa noite a ela minutos antes e  esta, provavelmente, já devia estar em seu sono reparador.
Constatado isso, me questiono:

- Será um bandido tentando, ruidosamente, colocar nossa porta abaixo e arruinar nossas vidas com uma chave? (Não saberia ele que pela janela o desafio é menor e mais silencioso?)

Leve pavor toma conta de mim e clamo por minha amiga no quarto ao lado e assistimos juntas a maçaneta mover-se, mais uma vez. Interfone quebrado, fecho a porta de meu quarto e, sentada em minha cama, a futura segunda vítima do feroz malfeitor liga para o porteiro, que não atende, liga para um vizinho, que não atende. Encorajada, ligo eu para a PM (nunca pensei que teria que insistir para receber uma visita da PM, corro dela no geral) e nesse diálogo para anotar meu nome, denunciar o ocorrido, anotar meu endereço, encontrar meu CEP, descobrir que Vila Olímpia está cadastrada como Itaim Bibi, anotar o ponto de referência (fica a dica do waze) o homem ruidoso que arruinaria nossas vidas cessa suas investidas na porta e a luz do corredor se apaga e, ainda na ligação com a PM, desisto da viatura e eu me minha roomate nos encorajamos a descer e pedir socorro ao porteiro.

Ao abrir a porta, nos deparamos então com o indivíduo que temíamos: nosso vizinho (o que pedimos ajuda) encontrava-se esparramado na escada a frente, ligeiramente embriagado e a chave de seu apartamento, 3 andares acima, em nossa porta.

Com andar vacilante, acertou em cheio nosso sofá e só saiu com a ajuda de nosso porteiro, que nos socorreu corajosamente!

Dica: Exijam um interfone que funcione em seus apartamentos.