terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Das indecências e levezas

Você levou a poesia da sua indecência
E eu despenquei a beira-mar
Busquei gestos, palavras outras que formam sorrisos
Você suspendeu a tua profana paixão, como num recesso
E eu saí à procura de arco-íris e bem-te-vis
Mas volta e meia você não está longe e vem,
Com estes lábios de desejo 
Que ainda são meus.

De leve, ando na ponta dos pés,
Porque assim a dança dura mais tempo
Num todo belo e tocável
E cambaleantes ficam os rostos, os ossos todos se contorcendo,
E os sorrisos e as flores vão se abrindo

Faço um trato com o destino:
Não te quero mais do que a mim me queres, nem menos. 
E quero sim, sempre, enquanto houver o agora.