Muito tem se falado sobre a crise hídrica em São Paulo. Porém, pouco tem se feito, o cenário piora a cada dia. Depois das eleições, Campinas tem mais de 100 bairros sem água nesta semana. Mais do que lamentar, é importante se informar sobre a situação, para conseguirmos atuar de maneira efetiva.
Assisti esses dias uma palestra com os Profs: Julio Cerqueira César (USP) e Antonio Zuffo (UNICAMP), disponível aqui que pode contribuir muito com isso:
Abaixo segue os pontos que considerei mais importantes:
- Região Metropolitana de São Paulo (RMSP): 2ª maior metrópole do mundo, com 22 milhões de habitantes
- Região Metropolitana de Campinas (RMC): Pólo tecnológico, intensa atividade industrial e agrícola, alta densidade demográfica
- Bacia que abastece a RMSP tem pouca água naturalmente, por ser uma região de nascentes
- Por isso há a necessidade de transposição de água de outra bacia para a RMSP
- O Sistema Cantareira foi criado com este objetivo nas décadas de 70 e 80. É situado na Bacia PCJ - Piracicaba, Capivarí e Jundiaí - na região de Campinas
- Disputa entre a RMSP e RMC por água.
- Falta de chuva não é atípica, é normal do ciclo hidrológico.
- Deveria aguentar 8 anos de seca, mas por problemas de gestão só aguentou 2
- A escassez existe porque o aumento da população não foi acompanhado de aumento de reservatórios de água
- As tomadas de decisão foram adiadas: em 2003, 2004 o Sistema Cantareira atingiu o limite da sua capacidade e nada foi feito
- Em 2007 a Sabesp admitiu que a situação era gravíssima e o estado assumiu a gestão da água na RMSP (Sabesp não atua em todos os municípios)
- É provável que entremos em um novo período de estiagem (questões de ciclo hidrológico) e haja redução de 20 a 30% da vazão média de água na região sudeste.
- Necessidade de planejar novas fontes de captação
- Sistema São Loureiro: projetado na década de 60, deveria ter começado em 87
- A transposição desse sistema de 4,7 m³/s é insuficiente, porque só a redução prevista de 20 a 30% da vazão do Cantareira é de 7m³/s
- SABESP tem perdas 40% na rede de (da Estação de Tratamento de Água aos domicílios, perde-se na tubulação água potável) se caísse para 20% teríamos quase um novo Sistema Cantareira, aproximadamente 30m³/s
- Tóquio tem aprox. 5% de perdas
- Volume vivo: aquilo que está acima do nível, que pode ser captado sem bombeamento
- Volume morto: necessidade de bombeamento
- Neste caso do Cantareira é preciso fazer a dragagem do canal, que acaba misturando o lodo (que acumula poluentes) a água que é captada
- Risco da situação sanitária voltar a ser como era na década de 60: gravíssima e com poluição atmosférica altíssima também (Cubatão)
- Na Região de Campinas os pontos de lançamento de esgoto e captação de água para abastecimento são tão próximos que na prática, bebemos água de reuso
- Existe água em SP, mas água de má qualidade, mas que é possível de ser tratada e tornar potável, só que o custo é muito alto
- Crise hídrica causará problemas graves a saúde pública: aumento de doenças de veiculação hídrica e mais: queda na produção, desemprego, violência, etc.
- Alckimin tem TOTAL responsabilidade pela crise e rejeitou o plano de racionamento proposto pela SABESP. A condução do problema foi política e não técnica
Também deixo aqui o meu texto no Pensamento Verde sobre a questão.
E por último, para quem não se importar em ficar um pouco depressivo, diante do cenário apocalíptico, indico esse texto aqui muito bem fundamentado cientificamente.
Assisti esses dias uma palestra com os Profs: Julio Cerqueira César (USP) e Antonio Zuffo (UNICAMP), disponível aqui que pode contribuir muito com isso:
Abaixo segue os pontos que considerei mais importantes:
- Região Metropolitana de São Paulo (RMSP): 2ª maior metrópole do mundo, com 22 milhões de habitantes
- Região Metropolitana de Campinas (RMC): Pólo tecnológico, intensa atividade industrial e agrícola, alta densidade demográfica
- Bacia que abastece a RMSP tem pouca água naturalmente, por ser uma região de nascentes
- Por isso há a necessidade de transposição de água de outra bacia para a RMSP
- O Sistema Cantareira foi criado com este objetivo nas décadas de 70 e 80. É situado na Bacia PCJ - Piracicaba, Capivarí e Jundiaí - na região de Campinas
- Disputa entre a RMSP e RMC por água.
- Falta de chuva não é atípica, é normal do ciclo hidrológico.
- Deveria aguentar 8 anos de seca, mas por problemas de gestão só aguentou 2
- A escassez existe porque o aumento da população não foi acompanhado de aumento de reservatórios de água
- As tomadas de decisão foram adiadas: em 2003, 2004 o Sistema Cantareira atingiu o limite da sua capacidade e nada foi feito
- Em 2007 a Sabesp admitiu que a situação era gravíssima e o estado assumiu a gestão da água na RMSP (Sabesp não atua em todos os municípios)
- É provável que entremos em um novo período de estiagem (questões de ciclo hidrológico) e haja redução de 20 a 30% da vazão média de água na região sudeste.
- Necessidade de planejar novas fontes de captação
- Sistema São Loureiro: projetado na década de 60, deveria ter começado em 87
- A transposição desse sistema de 4,7 m³/s é insuficiente, porque só a redução prevista de 20 a 30% da vazão do Cantareira é de 7m³/s
- SABESP tem perdas 40% na rede de (da Estação de Tratamento de Água aos domicílios, perde-se na tubulação água potável) se caísse para 20% teríamos quase um novo Sistema Cantareira, aproximadamente 30m³/s
- Tóquio tem aprox. 5% de perdas
- Volume vivo: aquilo que está acima do nível, que pode ser captado sem bombeamento
- Volume morto: necessidade de bombeamento
- Neste caso do Cantareira é preciso fazer a dragagem do canal, que acaba misturando o lodo (que acumula poluentes) a água que é captada
- Risco da situação sanitária voltar a ser como era na década de 60: gravíssima e com poluição atmosférica altíssima também (Cubatão)
Fonte: G1*(Foto: Mateus Andrade/Arquivo Pessoal ) |
- Não temos nenhuma solução descrita para essa situação
- Não existe solução de engenharia para trazer água potável em menos de 7 ou 8 anos.- Existe água em SP, mas água de má qualidade, mas que é possível de ser tratada e tornar potável, só que o custo é muito alto
- Crise hídrica causará problemas graves a saúde pública: aumento de doenças de veiculação hídrica e mais: queda na produção, desemprego, violência, etc.
- Alckimin tem TOTAL responsabilidade pela crise e rejeitou o plano de racionamento proposto pela SABESP. A condução do problema foi política e não técnica
Também deixo aqui o meu texto no Pensamento Verde sobre a questão.
E por último, para quem não se importar em ficar um pouco depressivo, diante do cenário apocalíptico, indico esse texto aqui muito bem fundamentado cientificamente.
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