quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Arte

Vontade que dá é sair correndo. Sua amiga chata é realmente chata. E implica com as palavras em voz alta, indelicadamente. E eu inconvenientemente passo a conversar, quem quer me ouvir?! Luzes e rabiscos na tela sugerem o que é arte. Indecretada. Moderna ou pós, não entendo esses nomes. Todos ao meu redor falam isso soletrando o mundo, codificando-o através da existência ou ausência do prefixo pós. Entediante. Tantos nomes falados de autores renomados me cerceiam. Não sei quem fez o filme, não sei da biografia, do livro no início da carreira. A citação é da academia, que não sai de nós. Eu bem sei que sou assim. Estou farta. Mas seguirei assim, caminhando por estes meios e distribuindo farpas aqui e ali, escrevendo poemas curtos ou longos, pretendendo-me bela por minhas críticas. E seguirei sendo chata como todos os outros tão clichês em busca do não clichê.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Seu Zé

Um ônibus desvia sua rota e sua pele negra nem se preocupa com o perigo de atropelamento. Seu andar esforçoso, porém fatigado ao subir a Rua Teodoro Sampaio, conduz uma carroceria que remete há uma centena de anos e que até hoje não parece ter saído do cenário. Não destoa do habitual. Olhos baixos, conformados, reafirmam sua posição histórica. Apenas mais um catador de objetos rejeitados pela sociedade. Apenas mais um objeto rejeitado pela sociedade.

Não se sabe seu nome e afinal, por que se saberá?