Ele me conta dos teus sentidos
Quando se move ao meu
encontro
Teus dedos percorrem
meu rosto para tirar algum cisco
Ou algum poro sujo de minha pele
Tua presença comedida, teus silêncios são teus
talentos.
Seu gosto está nas bordas e brechas,
No samba que se toca ao fundo e na mão que de mansinho se apodera da minha.
Teu poema é me fazer sentir o doce envolto de uma
crosta amarga
E sólida. Mas ligeiramente, apenas.
De tempos em tempos tento decifrá-lo e ele não está
nos livros e enche-me de vírgulas.
Então o devoro, pousando meu corpo sobre seus desejos
já revelados.
Já não és mais esfinge, és força, pulso e métrica.
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