sábado, 7 de agosto de 2010

comentários sobre uma relação paradoxal: Carlos Minc e o meio ambiente


EmPACando a política ambiental

Atualmente, a política pública ambiental brasileira tem seguido uma trajetória linear de encontro ao financiamento privado e a convergências ideológicas.
O que deveria ser o maior representante dos ambientalistas, o ministro do Meio Ambiente, na figura de Carlos Minc parece ter impulsionado a roda das negociações de financiamento dos licenciamentos ambientais pelo setor privado, principalmente o industrial, reforçando na prática a idéia de que progresso se opõe a conservação ambiental. A conivência com a instalação aprovada pelo presidente da república da hidroelétrica no rio Madeira, (com a não aprovação do IBAMA) e a promoção do convênio da Secretaria do Meio Ambiente do RJ com a Firjan, não sendo até então ministro, são exemplos desse impulso.
O que se questiona é a real neutralidade dessas negociações, que mais parecem contemplar o crescimento econômico – que inúmeras vezes deixa dúvidas em relação a sua “não oposição” a preservação ambiental – do que valorar o patrimônio naturalmente encontrado nos diversos biomas e inúmeros conhecimentos tradicionais associados a eles, construídos durante séculos pelas comunidades locais.
Em contrapartida, a burocratização do processo de licenciamento atrelado a uma crescente proliferação de órgãos na área não vem como uma melhor avaliação dos casos ambientais, mas sim como ineficiência do setor, já que não está atrelado a contratações de pessoal especializado, com reajuste salarial e aumento da participação nos orçamentos estaduais.
É mais do que urgente a necessidade de entender o dinamismo da expressão ambiental, excluir a visão de algo estático, afastado do cotidiano, com endereço marcado. A questão só será levada realmente a sério, quando for compreendido que o homem e tudo o que ele constrói, cria, cultiva e interage fazem parte do mesmo sistema. Compreendendo também que grande parte dos problemas ambientais são sociais, e que essa dissociação é proposital.
É necessária uma política unívoca, coerente, que não se contradiga ideologicamente e que, na prática, não se limite aos gabinetes e às entrevistas coletivas à imprensa.

- Denise, Jenifer e Mônica (2009)

Nenhum comentário:

Postar um comentário